Tendinite patelar é o processo inflamatório do tendão patelar, o forte tendão localizado na frente do joelho e que liga a patela à tíbia. A tendinite patelar é também conhecida como joelho do saltador porque é frequentemente diagnosticada em atletas cujos esportes envolvem saltos como basquetebol, handebol e voleibol. Esse tipo de lesão tendínea é mais comum em atletas e praticantes de atividades físicas. A queixa principal é dor na região anterior do joelho. Atletas de alto rendimento podem ter a sua performance comprometida pela tendinite patelar.

TENDINITE PATELAR

Tendinite é o termo médico que significa inflamação em um tendão. Os tendões são estruturas fibrosas, esbranquiçadas, não-contráteis, formadas por tecido conjuntivo. Os tendões ligam as extremidades dos músculos aos ossos. Um tendão pode inflamar se sofrer um traumatismo ou se for muito solicitado. A tendinite patelar, que é o processo inflamatório envolvendo o tendão patelar, também chamado de ligamento patelar, é uma das tendinites mais frequentes na região do joelho. O tendão patelar une o polo inferior da patela à tuberosidade anterior da tíbia. Suas medidas aproximadas são: 5cm de comprimento, 3cm de largura e 1cm de espessura. O músculo quadríceps femoral, a patela e o tendão patelar formam o mecanismo extensor do joelho. A tendinite patelar, quando acomete crianças, é chamada de doença de Sinding-Larsen-Johansson.

JOELHO DO SALTADOR

Joelho do saltador ( jumpers`s knee ) é outro nome pelo qual é conhecida a tendinite patelar. Esse nome é devido ao fato de que a inflamação no tendão patelar é diagnosticada, com bastante frequência, em praticantes de esportes que envolvem saltos como basquetebol, handebol e voleibol. O joelho do saltador é causado, nesses esportistas, pelo impacto repetitivo que a articulação do joelho suporta durante os saltos nas superfícies duras das quadras esportivas. O ligamento patelar é tensionado pela contração do músculo quadríceps ao mesmo tempo em que recebe a força do impacto do pé no solo.

ETIOLOGIA

Estresse repetitivo ou um traumatismo direto são as causas mais comuns de tendinite patelar. O estresse repetitivo provoca pequenas rupturas na estrutura do tendão. Essas pequenas lesões não se reparam rapidamente porque o tendão é uma estrutura mal vascularizada. A tendinite se desenvolve quando o corpo tenta reparar as lesões sem que a causa principal delas seja eliminada.

FATORES DE RISCO

Atividades físicas com corridas e saltos, aumento repentino da intensidade ou frequência de treinos físicos que estressam o tendão patelar, troca de tênis de corrida, falta de alongamento dos músculos dos membros inferiores, patela alta, insuficiência renal, lúpus, artrite reumatóide e diabetes são fatores predisponentes para o desenvolvimento da tendinite patelar.

SINTOMAS

A tendinite patelar começa com uma dor de pequena intensidade localizada no polo inferior da patela e no próprio tendão patelar, que vai aumentando com o passar do tempo se não for diagnosticada e tratada corretamente. A dor aumenta com as atividades que sobrecarregam os joelhos como agachar, saltar, levantar de uma cadeira e usar escadas. A palpação do tendão também costuma provocar dor. Um inchaço na região do tendão patelar pode ser observado nos casos onde o processo flogístico é mais intenso. A dor da tendinite patelar pode comprometer a prática esportiva de um atleta. Todo atleta deve ser instruído para consultar um médico especialista sempre que sentir dor no joelho. É comum que atletas, principalmente aqueles de alto rendimento, negligenciem a dor e deixem de procurar atendimento médico.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da tendinite patelar é feito pelo exame físico do joelho e por exames de imagem. A ressonância magnética é o melhor exame para diagnosticar a tendinite patelar. Muitas vezes o diagnóstico da tendinite é feito antes mesmo do paciente apresentar dor no joelho, quando o processo inflamatório ainda está na sua fase inicial.

CLASSIFICAÇÃO

A classificação de Blazina, que apresenta quatro graus, pode ser usada para estagiar a tendinite patelar. No grau I o paciente sente dor após as atividades físicas. No grau II o paciente sente dor no início das atividades físicas. No grau III o paciente sente dor quando está em repouso e no grau IV o tendão se rompe.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

A tendinite patelar pode ser confundida com outras lesões ou patologias como a doença de Osgood-Schlatter, lesão no menisco, condromalácia, bursite, osteocondrite dissecante, luxação patelar e Hoffite.

TRATAMENTO

O tratamento da tendinite patelar costuma ser conservador na maioria das vezes. Repouso, anti-inflamatórios e fisioterapia são as terapias mais prescritas. A aplicação de ondas de choque pode ajudar no tratamento. A cirurgia só é indicada nos casos de tendinose ou rotura tendínea. Os pacientes, principalmente quando são atletas, precisam entender que o tratamento da tendinite patelar é um processo lento e que pode durar alguns meses.

PREVENÇÃO

Alongamento e fortalecimento da musculatura dos membros inferiores, execução das atividades atléticas com a técnica correta e repouso adequado entre os períodos de atividades físicas evitam a inflamação do tendão patelar. Um médico ortopedista especialista em joelho deve ser consultado sempre que o joelho apresentar dor.

COMPLICAÇÕES

A tendinite patelar deve ser diagnosticada e tratada corretamente preferencialmente no começo dos sintomas. O tendão patelar inflamado, quando não tratado ou quando tratado incorretamente, pode degenerar. O processo degenerativo do tendão patelar é chamado de tendinose patelar. A tendinose é uma das causas da rotura do tendão patelar. O tendão, degenerado pela inflamação crônica, fica fragilizado e suscetível ao rompimento.