PROLOTERAPIA NO JOELHO

PROLOTERAPIA NO JOELHO

Proloterapia no joelho é uma técnica terapêutica antiga usada para o tratamento de doenças musculoesqueléticas crônicas da articulação. O joelho é a maior e mais complexa articulação do nosso corpo. Lesões e diversas doenças podem acometer o joelho. Algumas dessas afecções podem cronificar. Apesar de ser um tratamento controverso, sem muitas evidências científicas que o suporte, a proloterapia no joelho tem sido bastante usada como uma prática de adeptos da chamada medicina alternativa. A medicina tradicional não reconhece a proloterapia como terapia válida.

PROLOTERAPIA NO JOELHO

Proloterapia no joelho é um tratamento alternativo, usado pelos adeptos da medicina alternativa, para dor muscular e articular de doenças crônicas. A proloterapia é uma técnica muito controversa. Ela não é reconhecida pela medicina porque não existem estudos científicos robustos e bem feitos que provem cientificamente os efeitos propagandeados pelos curandeiros da medicina alternativa. A proloterapia também é conhecida como terapia da injeção regenerativa ou terapia da proliferação, daí no nome proloterapia. A proloterapia no joelho é feita através da injeção de substâncias irritantes nos locais doloridos da articulação. Os adeptos da proloterapia acreditam que o corpo reconhece a substância irritante que foi injetada no joelho e reage com o envio de células imunitárias que acabam curando o local doente. A proloterapia no joelho é indicada pelos adeptos da prática para casos de mialgias, lesões da cartilagem, distensão muscular, tendinites e artrose. A artrose é a doença que mais acomete o joelho e, por esse motivo, a proloterapia no joelho é muito indicada para o seu tratamento. A doença artrose é caracterizada pela degeneração da cartilagem, o tecido branco e brilhante que recobre os ossos dentro das articulações sinoviais. A artrose é uma doença que ainda não tem cura conhecida porque a cartilagem é um tecido que não se regenera.

PROCEDIMENTO

A proloterapia no joelho é feita através da injeção de uma solução irritante no local do joelho que está dolorido. As soluções mais usadas contêm dextrose, glicose hipertônica, glicina, glicerina, fenol, lidocaína, procaína, marcaína e morruato de sódio. As aplicações, segundo os defensores da técnica, devem ser repetidas várias vezes, durante o intervalo de semanas e meses, para produzir algum efeito.

EFEITOS ADVERSOS

A proloterapia no joelho costuma ser feita por médicos não-especialistas e, muitas vezes, por pessoas sem formação médica. Essas pessoas não têm treinamento formal para aplicar injeções na região do joelho. Como a prática não é regulamentada, sequer existe certificação especial para quem aplica essas injeções. O desconhecimento da anatomia e da fisiologia do joelho facilitam a ocorrência de efeitos adversos. Lesões de vasos sanguíneos, lesões de nervos periféricos, necrose de pele, sangramentos, alergias, equimoses, artite séptica, infecções superficiais, lesões tendíneas, lesões da gordura de Hoffa, necrose da cartilagem, necrose muscular, embolia, etc… são efeitos adversos comuns.

HISTÓRIA

A proloterapia é uma prática antiga que existe desde a década de 1.950. Ela foi inventada pelo médico cirurgião estadunidense Dr. George S. Hackett. No ano de 1.956 o Dr. Hackett publicou um artigo chamado “ A reabilitação de uma estrutura incompetente pela geração de novo tecido celular “. No seu artigo o Dr. Hackett usou o termo proloterapia, que era a união das palavras proli ( proliferação ) e terapia, para descrever a técnica que ele tinha inventado. Até hoje a técnica do Dr. Hackett é controversa porque as evidências do seu tratamento são bastante limitadas, não funcionam na maioria das vezes, e faltam estudos científicos sérios e aprofundados que comprovem a validade da terapia. Vários estudos recentes comprovaram que não foram identificadas evidências científicas sobre a segurança e a eficácia da proloterapia. A maioria das entidades médicas não reconhece a proloterapia como tratamento médico sério. Por esse motivo ela é usada comumente por não-médicos, normalmente curandeiros adeptos da chamada medicina alternativa. A realidade é que não existe o que chamam de medicina “alternativa”. A ciência médica é uma só. Práticas não reconhecidas pela medicina costumam ser alguma forma de charlatanismo. Um tratamento inventado a mais de 70 anos e que ainda não foi validado cientificamente é a constatação de que não funciona.

EFEITO PLACEBO

Algumas pessoas relatam que sentem alívio da dor no joelho quando se submetem à proloterapia. A prática da proloterapia no joelho parece funcionar para algumas pessoas, mas não para a maioria das pessoas. Estudos concluíram que os supostos bons resultados das aplicações seriam apenas efeito placebo, supostamente melhorando doenças do joelho que iriam melhoram sem qualquer intervenção. O efeito placebo é uma reação real a um tratamento falso. A melhora que a pessoa relata sentir se deve ao efeito psicológico criado pela expectativa de melhora com a aplicação da suposta terapia. Os estudos científicos sérios não identificaram os supostos mecanismos patofisiológicos da proloterapia que são propagandeados pelos seus defensores. Injetar uma substância irritante no corpo para provocar uma reação de cura não faz muito sentido. A mente pode ser uma ferramenta de cura poderosa. O cérebro pode ser capaz de convencer o corpo de que um tratamento falso é real e estimular a cura. A ciência já descobriu que, em certas circunstâncias, um placebo pode ser tão eficaz quanto um tratamento médico tradicional. O efeito placebo é mais do que um pensamento positivo, ou seja, é mais do que acreditar que um procedimento funcionará. Placebos podem fazer uma pessoa se sentir melhor, mas não vão curá-la. Os placebos atuam nos sintomas que são modulados pelo cérebro, como a percepção da dor. Alterar a percepção da dor não resolve o problema que causa a dor.

TRATAMENTO CONTROVERSO

A proloterapia é um tratamento controverso por vários motivos. Há carência de comprovação científica apoiada por pesquisas científicas e ensaios clínicos sérios e rigorosos. Faltam protocolos padronizados e cada terapeuta inventa a sua técnica, aplica a combinação de substâncias que acha melhor e decide empiricamente o regime do tratamento. Injetar substâncias no corpo acarreta vários riscos. Tratamentos alternativos não são reconhecidos pela comunidade médica. Não existe motivo para um paciente se submeter a um tratamento alternativo se já existem tratamentos médicos bem estabelecidos e embasados por evidências científicas robustas e amplamente comprovadas. Alguns críticos da proloterapia afirmam que ela serve apenas para ganho financeiro do aplicador, que não pode dar garantia de sucesso do tratamento. O paciente pode gastar dinheiro, perder tempo e até piorar uma condição médica que poderia ser tratada corretamente com os recursos da medicina.

ESPECIALISTA

Antes de considerar a proloterapia como tratamento, o paciente deve consultar um médico especialista. Pacientes com dor no joelho devem consultar um médico ortopedista especialista em joelho para diagnosticar e tratar corretamente a causa da dor.