
JOELHO DO PACIENTE COM SÍNDROME DE DOWN
O joelho do paciente com Síndrome de Down pode apresentar características específicas que requerem cuidado e acompanhamento. A Síndrome de Down é uma condição genética que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é causada pela presença de um cromossomo 21 extra. Por esse motivo a Síndrome de Down é também conhecida como trissomia do cromossomo 21. Dentre as várias manifestações clínicas da Síndrome de Down, destacam-se as alterações musculoesqueléticas, principalmente as que afetam as articulações. O joelho, por ser a maior articulação do corpo, costuma apresentar algumas características específicas nas pessoas com Síndrome de Down. Os joelhos do paciente com Síndrome de Down devem receber atenção especial.
JOELHO DO PACIENTE COM SÍNDROME DE DOWN
Pacientes com Síndrome de Down costumam apresentar características musculoesqueléticas típicas, diretamente relacionadas à trissomia do cromossomo 21, que podem exercer grande influência sobre o desenvolvimento motor, a postura, a marcha e a funcionalidade articular do joelho ao longo da vida. Em relação especificamente à articulação do joelho, as principais características musculoesqueléticas do paciente com Síndrome de Down são: hipotonia muscular, lassidão ligamentar, valgismo e instabilidade da patela. Essas características tornam o joelho vulnerável a desalinhamentos, instabilidades e sobrecargas. O paciente com Síndrome de Down deve ser cuidadosamente acompanhado desde os primeiros meses de vida. Intervenções adequadas podem melhorar a funcionalidade dos joelhos, prevenir complicações ortopédicas como a artrose precoce e promover maior autonomia e qualidade de vida.

HIPOTONIA MUSCULAR
A hipotonia dos músculos do joelho, principalmente do músculo quadríceps femoral, é uma das características musculoesqueléticas mais comuns dos pacientes com Síndrome de Down. A hipotonia muscular do joelho compromete o alinhamento da patela na tróclea femoral e também o alinhamento e controle articular do joelho durante os seus movimentos.
LASSIDÃO LIGAMENTAR
Os ligamentos do joelho dos pacientes com Síndrome de Down costumam ser mais frouxos do que o normal. Essa lassidão ligamentar provoca instabilidade articular e predispõe o joelho a entorses e luxações, principalmente da patela. O joelho mais frouxo pode comprometer a marcha e a prática de atividades físicas.
VALGISMO
Pacientes com Síndrome de Down apresentam alta prevalência de valgismo nos joelhos. Os joelhos valgos desses pacientes têm o aspecto de uma tesoura ou um X. O joelho valgo provoca sobrecarga nos ligamentos mediais e na articulação patelofemoral, aumentando o risco de artrose precoce e deslocamento da patela.
INSTABILIDADE DA PATELA
A patela pode se deslocar parcialmente ( subluxação ) ou totalmente ( luxação ) do seu sulco no fêmur durante os movimentos de flexão e extensão do joelho. A hipotonia muscular do quadríceps femoral, agravada pela lassidão dos ligamentos do joelho, predispõe a patela a ficar desalinhada e a sair do seu lugar.

DESENVOLVIMENTO MUSCULOESQUELÉTICO
As alterações musculoesqueléticas no joelho do paciente com Síndrome de Down influenciam diretamente na marcha, no equilíbrio e na coordenação motora. Subir e descer escadas, correr ou permanecer em pé por longos períodos são atividades físicas que podem ser comprometidas. O manejo dessas características nesses pacientes exige uma abordagem multidisciplinar desde os primeiros dias de vida. O foco dessa abordagem deve incluir fisioterapia motora, terapia ocupacional, acompanhamento ortopédico e prática de atividades físicas adaptadas. Fortalecer os músculos, treinar a marcha, melhorar a postura, trabalhar o equilíbrio, melhorar a coordenação motora fina, fazer adaptações funcionais, monitorar o desenvolvimento de deformidades, prescrever órteses e promover atividades físicas adaptadas são os principais cuidados que devem ser observados com os pacientes com Síndrome de Down. Os joelhos dsses pacientes devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar composta de médico ortopedista especialista em joelho, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e educador físico.