
DOR NO JOELHO E TIREÓIDE
Problemas da tireóide podem ter efeitos no metabolismo, peso e também no joelho, sendo uma das causas pouco lembradas de dor no joelho. Dor no joelho é uma queixa bastante frequente nos consultórios de médicos ortopedistas. Lesões, sobrepeso, doenças degenerativas e doenças reumatológicas são causas comuns de dor no joelho. Mas nem sempre a dor no joelho é causada por problemas na articulação. Uma das causas pouco lembradas de dor no joelho são os problemas hormonais, especialmente aqueles que envolvem a glândula tireóide. Existe uma relação direta entre tireóide e dor no joelho. Desconforto articular, dor e diminuição da mobilidade do joelho podem ter origem na tireóide e não na articulação, podendo impactar significativamente a qualidade de vida do paciente.
DOR NO JOELHO E TIREÓIDE
A tireóide é uma glândula em forma de borboleta localizada na região anterior do pescoço. Sua principal função é produzir os hormônios T3 ( triiodotironina ) e T4 ( tiroxina ), que são hormônios responsáveis por regular o metabolismo, a temperatura corporal, os batimentos cardíacos e até o funcionamento dos músculos e das articulações. Quando a glândula tireóide não funciona direito, surgem alguns distúrbios. O hipotireoidismo e o hipertireoidismo são os dois distúrbios mais comuns da glândula tireóide. No hipotireoidismo a tireóide produz seus hormônios em quantidade insuficiente, enquanto que no hipertireoidismo a tireóide produz os seus hormônios de forma excessiva. Ambas os distúrbios, hipotireoidismo e hipertireoidismo, afetam diretamente o sistema musculoesquelético e as articulações. O joelho, por ser a maior articulação do corpo, é particularmente mais sensível às variações hormonais da tireóide.

COMO A TIREÓIDE AFETA OS JOELHOS?
Nos casos de hipotireoidismo a queda dos níveis hormonais de T3 e T4 no sangue desacelera o metabolismo, prejudicando a circulação sanguínea, a regeneração dos tecidos e a eliminação de toxinas. É comum o surgimento de sintomas no joelho como rigidez muscular, rigidez articular, dor e inchaço, além de fraqueza nas pernas dos pacientes com hipotireoidismo. Além disso, o hipotireoidismo pode levar ao acúmulo de substâncias gelatinosas no joelho, produzindo inflamação e dor. Nos casos de hipertireoidismo, que são menos comuns, o paciente perde massa muscular, favorecendo o aparecimento de lesões articulares e afetando a estabilidade do joelho.
SINTOMAS
O paciente que sente dores nos joelhos sem causa aparente, que não sofreu nenhum traumatismo e cujos exames da articulação não evidenciam nenhuma lesão ou patologia articular, deve prestar atenção aos seguintes sintomas que podem indicar uma disfunção da glândula tireóide: cansaço excessivo mesmo após repouso, variações repentinas do peso corporal, queda de cabelo, unhas frágeis, pele seca, sensação constante de frio ou calor, depressão, ansiedade e/ou oscilações do humor. Esses sintomas, associados à dor nos joelhos, são um alerta para o médico ortopedista especialista em joelho investigar a saúde da glândula tireóide do paciente por meios laboratoriais, solicitando exames para dosagem do T3, T4 e TSH.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico das disfunções da glândula tireóide é feito pelo exame físico do paciente e por exames laboratoriais. Quando confirmada a alteração hormonal, o paciente deverá ser tratado e acompanhado por um médico endocrinologista. Reposição hormonal para os casos de hipotireoidismo, medicamentos para controle da produção hormonal nos casos de hipertireoidismo, acompanhamento médico contínuo e exames periódicos fazem parte do tratamento das disfunções tireoidianas. A dor no joelho, quando relacionada às variações hormonais devido a distúrbios na tireóide, tende a desaparecer com o tratamento do problema endocrinológico. Fisioterapia com exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos do joelho podem ser indicados para alguns pacientes pelo médico ortopedista.