FAVISMO E OZONIOTERAPIA

FAVISMO E OZONIOTERAPIA

Ozonioterapia em pacientes com favismo é um tema que gera dúvidas e preocupações entre médicos que usam o ozônio nos seus tratamentos. Favismo é uma condição genética causada pela deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase ( G6PD ). A enzima G6PD é responsável por proteger as hemácias do sangue contra o estresse oxidativo. Quando essa enzima está em falta, o organismo se torna mais vulnerável a determinadas substâncias oxidantes, como as encontradas em favas, em alguns medicamentos e até em certos tratamentos. O gás ozônio, usado nos tratamentos da ozonioterapia, é uma molécula oxidante e pode, em pacientes que têm a doença favismo, provocar hemólise.

FAVAS

Favas são sementes comestíveis de uma planta leguminosa chamada Vicia faba, também conhecida como feijão-fava, fava-larga ou simplesmente fava. Elas pertencem à mesma família do feijão e da ervilha e são bastante consumidas em várias partes do mundo, especialmente na região do Mediterrâneo, no Oriente Médio e no norte da África. Favas podem ser consumidas frescas, secas ou cozidas. Elas são sementes muito nutritivas. Mas, apesar de muito nutritivas, as favas representam um grave risco para pessoas com deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, também conhecida como G6PD. Pessoas com favismo, quando ingerem substâncias oxidantes, como as que existem nas favas, desenvolvem uma anemia hemolítica. Palidez, fraqueza, urina escura e icterícia são os sintomas do paciente que tem favismo e que ingeriu favas. Pacientes com favismo não devem consumir favas nem produtos que contenham extratos da planta.

OZONIOTERAPIA E FAVISMO

FAVISMO

Favismo é uma forma de anemia hemolítica hereditária que ocorre quando há destruição prematura dos glóbulos vermelhos do sangue em pacientes com deficiência da enzima G6PD. Essa condição é mais frequente em homens, por estar ligada ao cromossomo X, e pode se manifestar após a ingestão de favas, exposição a infecções ou uso de medicamentos como sulfas e antimaláricos. Os sintomas mais comuns do favismo são: palidez, cansaço intenso, icterícia, urina escura, falta de ar, taquicardia, dor abdominal e febre. As favas contêm substâncias que são oxidantes como a vicina e a convicina. Essas substâncias oxidantes provocam intenso estresse oxidativo nas hemácias do sangue, podendo levá-las à destruição, causando a anemia hemolítica característica do favismo.

OZONIOTERAPIA

Ozonioterapia é uma forma de tratamento médico que utiliza a combinação de oxigênio e ozônio medicinal com o objetivo de estimular o sistema imunológico, melhorar a oxigenação dos tecidos, combater microrganismos e reduzir dores e inflamações. Trata-se de um tratamento usado em diversas áreas da medicina devido às propriedades terapêuticas reconhecidas do ozônio. O ozônio medicinal é uma substância altamente oxidante, muito reativa, mas que tem uma meia-vida curta, de cerca de 40 minutos na temperatura ambiente de 20˚ Celsius. O fato de o ozônio ser altamente oxidante levanta preocupações quanto ao seu uso em pessoas com diagnóstico de favismo.

FAVISMO E OZONIOTERAPIA É SEGURO?

Em indivíduos com deficiência de G6PD, a exposição a agentes oxidantes pode provocar uma crise hemolítica, com destruição acelerada das hemácias. Por esse motivo, a ozonioterapia é contraindicada para pessoas com favismo. Mesmo pequenas doses de ozônio podem desencadear estresse oxidativo, aumentando o risco de anemia e complicações renais. Especialistas sugerem realizar um teste de G6PD para garantir que o paciente não tenha essa deficiência enzimática. No Brasil essa condição é raríssima. Por esse motivo, os médicos brasileiros acreditam que o exame de G6PD é desnecessário quando a ozonioterapia é intra-articular usando pequenas doses de ozônio em baixa concentração. O risco maior acontece quando a aplicação do ozônio é sistêmica. A maior incidência de favismo é em pessoas do sexo masculino da região do Mediterrâneo, Oriente Médio e norte da África. Deve-se tomar cuidado com pacientes que tenham vindo dessas regiões.

TRATAMENTO DA CRISE HEMOLÍTICA DO FAVISMO

No caso de crise hemolítica no paciente com favismo após ozonioterapia, o tratamento inclui suspender o agente causador ( a meia-vida do ozônio é muito curta ), hidratação intravenosa, controle da diurese e da função renal e transfusão de sangue nos casos de anemia intensa.