
CIRURGIA PLACEBO DO JOELHO
Cirurgia placebo do joelho, também chamada de cirurgia simulada ou sham surgery, é um procedimento usado exclusivamente em pesquisas médicas. A cirurgia placebo do joelho serve, numa pesquisa científica, para avaliar se uma cirurgia realmente funciona ou se os seus benefícios vêm do efeito placebo. A cirurgia placebo do joelho é um dos temas mais discutidos na ortopedia moderna, especialmente quando se fala em eficiência real de determinados procedimentos, como artroscopia para artrose do joelho ou lesões meniscais degenerativas.
CIRURGIA PLACEBO DO JOELHO
Cirurgia placebo do joelho é um procedimento no qual o paciente passa por todas as etapas de uma cirurgia real – como internação hospitalar, anestesia, posicionamento na mesa cirúrgica, incisões na pele e suturas – mas sem a realização de qualquer intervenção interna terapêutica na articulação. Ou seja, o joelho não é realmente operado. O objetivo dessa abordagem é criar um grupo de comparação extremamente confiável. Durante uma pesquisa científica são criados dois grupos distintos de pacientes. Um grupo é submetido à cirurgia placebo e o outro grupo é submetido à cirurgia real. Os pacientes não sabem a qual grupo pertencem ( estudo duplo-cego ). Dessa forma, os pesquisadores conseguem identificar se a melhora relatada pelos pacientes operados ocorre devido à cirurgia em si ou por fatores como expectativas, condicionamento, cuidados pós-operatórios ou o próprio processo natural de recuperação.

ARTROSCOPIA COMO PLACEBO
A popularização do tema cirurgia placebo do joelho aconteceu após estudos clínicos de grande relevância mostrarem resultados surpreendentes, que eram inesperados. Pesquisas publicadas em revistas médicas renomadas apontaram que, em muitos casos, a artroscopia de joelhos com artrose não apresenta resultados melhores do que o placebo. Essa descoberta mudou completamente a forma como médicos ortopedistas especialistas em joelho enxergam determinadas indicações cirúrgicas. Além disso, investigações sobre lesões meniscais degenerativas também mostraram que, em pacientes de meia-idade e idosos, a cirurgia é frequentemente equivalente ao placebo em termos de alívio da dor e melhora da função articular. A publicação desses estudos científicos levou a uma redução significativa de artroscopias realizadas para essas condições – artrose e lesões meniscais degenerativas – em diversos países. Os resultados da cirurgia placebo do joelho tiveram impacto direto nas recomendações clínicas. Hoje, a artroscopia de joelho é indicada de forma muito mais criteriosa do que no passado. Há situações em que a cirurgia continua sendo extremamente eficaz, especialmente em casos traumáticos, bloqueios articulares, rupturas meniscais agudas ou lesões ligamentares. Por outro lado, para dores crônicas sem alterações mecânicas importantes, o tratamento conservador ganhou prioridade. A aplicação intra-articular de ácido hialurônico, por exemplo, tem efeito muito superior quando comparado com a artroscopia nos casos de artrose e de degenerações meniscais.
PESQUISAS CIENTÍFICAS
A cirurgia placebo do joelho não é usada como tratamento médico. Ela é usada exclusivamente como uma ferramenta de pesquisa. Nenhum médico especialista sério ou hospital oferece esse tipo de procedimento para fins terapêuticos, pois seu uso clínico é antiético. A cirurgia placebo do joelho foi descoberta por acaso, no curso de várias pesquisas científicas, e trouxe avanços significativos para a medicina, ao mostrar que nem toda dor precisa – ou deve – ser tratada cirurgicamente. A cirurgia sempre é a última opção. Ao revelar a verdadeira eficácia de alguns procedimentos médicos, a cirurgia placebo do joelho ajudou a tornar a ortopedia mais assertiva e baseada em evidências, sempre priorizando a segurança e o bem-estar do paciente.